Mercado se sustentou mesmo com alta na taxa de juros avalia Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
O número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 9,8% nos primeiros seis meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em valores, o setor cresceu 12,2%, movimentando R$ 19,3 bilhões no primeiro semestre.
Segundo os dados apontados pelo indicador Abrainc-Fipe, – que realiza levantamento com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) – o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) teve destaque e puxou a alta das vendas.
Mesmo com o cenário da alta na taxa de juros, os imóveis de tipo MAP registraram 22,8% mais vendas – movimentando 9,8% a mais em valores (R$ 8,8 bilhões) – em comparação com o primeiro semestre de 2022.
Por outro lado, a Selic afetou o número de lançamentos, que caiu em 13,8% no total e 59,4% no segmento MAP.
De acordo com a pesquisa, as taxas prejudicaram o acesso aos financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos), inviabilizando a compra de imóveis para compradores de média renda.
Na avaliação do presidente da Abrainc, Luiz França, a alta taxa Selic – que após os dois primeiros cortes em três anos, está em 12,75% – é o principal empecilho para o setor.
“O primeiro semestre de 2023 se caracterizou pelo crescimento notável das vendas no mercado imobiliário brasileiro, apesar de uma queda nos lançamentos. Precisamos de alternativas para diminuir o custo de funding para os compradores de média renda. Desse modo, o mercado imobiliário vai seguir com o desafio de gerar empregos e combater o déficit habitacional”, pontua França.
Minha casa, Minha Vida
Anunciado que seria retomado em fevereiro, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) teve suas novas regras sancionadas pelo governo em julho.
Segundo a Arainc, as “diversas melhorias” que foram implantadas no MCMV já estão refletindo no mercado.
No primeiro semestre, as vendas e o número de lançamentos de imóveis do programa registraram altas de, respectivamente, 4,2% e 17,2%.
Assim, o programa de moradia popular acabou movimentando mais dinheiro do que o segmento MAP no primeiro semestre, com R$ 10 bilhões – alta de 13,1% no valor de vendas.
A associação destaca que a disparada no número de lançamentos deve impactar fortemente nas vendas dos próximos meses.
“Esperamos para os próximos meses um grande crescimento no mercado da habitação popular”, destaca o presidente da ABRAINC, ao reforçar a importância de programas como o MCMV para combater o déficit de moradias.
Fonte: CMN Brasil