Levantamento em 25 capitais do Brasil mostra que no primeiro trimestre de 2024, os aluguéis no país subiram, em média, quase 4% – acima do índice de inflação e muito acima do IGPM.
No mercado imobiliário, um levantamento mostra que o aluguel subiu mais do que a inflação neste início de ano. A valorização dos chamados microapartamentos puxou a alta.
O assistente de vendas Victor dos Anjos Costa, em 2024, queria muito morar em um apartamento sozinho, perto do trabalho e com um aluguel que coubesse no orçamento. Mas as opções que encontrou no mercado o fizeram adiar os planos.
“Hoje, eu só alugo um quarto, mas os demais cômodos são compartilhados com as outras pessoas”, conta Victor.
Um levantamento da FipeZap em 25 cidades do Brasil mostra que, no primeiro trimestre de 2024, os aluguéis no país subiram, em média, quase 4% – um índice acima da inflação e muito acima do IGPM, índice usado para reajuste de aluguéis, que ficou negativo no mesmo período.
As maiores altas foram em Brasília, Salvador e Curitiba. A maior baixa foi em Pelotas, uma queda de 0,9%.
Segundo especialistas, é comum haver um aumento no preço dos aluguéis nos primeiros meses do ano. É quando as pessoas mais se mudam, acompanhando o início do período letivo, mas não é só isso.
A oferta de imóveis disponíveis há muito tempo não acompanha a demanda, e tudo isso acaba pressionando os preços dos aluguéis. E os imóveis menores, de apenas um dormitório, foram os que mais se valorizaram no último ano: uma alta de mais de 18%.
A média da alta dos imóveis nos últimos 12 meses é de mais de 15%. O economista de uma locadora que opera em várias capitais brasileiras diz que aumentou muito a procura pelos chamados microapartamentos, de até 30 m², e a oferta ainda é muito pequena.
“Hoje, é muito comum pessoas que moram sozinhas, ou famílias que não têm filhos. E isso faz com que a busca por apartamentos menores atenda maior a sua necessidade. Dependendo da cidade, não existem tantos apartamentos com esse perfil para atender as pessoas”, explica Evandro Luís Alves, economista do Quinto Andar.
A analista de negócios Letícia Vilela sabe bem o que isso significa. Ela ficou mais de um mês para achar o apartamento de um quarto na região central de Belo Horizonte.
“Eu fiz a oferta antes de conseguir visitar, fiz uma ligação para o meu amigo, ele veio aqui, viu, garantiu que tivesse os meus requisitos que eu perguntei. Mas eu sabia que não dava para esperar, eu tinha que enviar a oferta”, conta.
Fonte: Site G1 Globo