Cidade figura pela primeira vez na lista das 10 capitais com preço médio mais elevado e registra a maior alta acumulada em 12 meses: 14,2%
Pela primeira vez, Goiânia passou a figurar no ranking das dez capitais brasileiras com preços médios de imóveis mais altos. No último mês de maio, o valor do metro quadrado na capital estava em R$ 7.496, o décimo maior do País, depois de uma alta acumulada de 14,2% nos últimos 12 meses, a maior entre as capitais pesquisadas, segundo o índice FipeZap. Entre os motivos, estão a alta nos custos da construção, terrenos mais caros, empreendimentos de melhor padrão, mudanças no Plano Diretor e a maior demanda.
O Índice FipeZap de Venda Residencial acompanha a variação do preço médio de apartamentos prontos em 50 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na internet. O coordenador do índice FipeZap, Alisson Oliveira, lembra que milhares de anúncios são coletados mensalmente para medir a evolução dos valores praticados. Segundo ele, o comportamento dos preços está muito relacionado à oferta e demanda, sendo que a demanda é mais volátil e varia muito nos 30 meses entre o lançamento do empreendimento e a entrega das chaves.
“A demanda por imóveis varia conforme fatores econômicos e demográficos, como renda, mercado de trabalho, construção de novas famílias e aumento populacional”, explica o coordenador. Com mais renda, pessoas compram e financiam mais. “Goiânia é uma das capitais onde a renda mais cresceu e uma cidade com aumento da população, enquanto outras capitais têm redução”, destaca. O aumento da renda está ligado à expansão do agronegócio.
Valorização
Além disso, segundo Oliveira, a cidade ainda tem um preço do metro quadrado razoável e mais fôlego para valorização, com a pujança do mercado imobiliário. “É uma capital que, na média, ainda é acessível, diferente de outras com regiões muito valorizadas e onde uma quantidade muito reduzida da população consegue ter acesso a áreas mais valorizadas”, avalia.
Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, o FipeZap traz um dado importante: o quanto o mercado local está saudável, com os imóveis usados acompanhando a valorização dos novos. Ele lembra que o preço do metro quadrado em Goiânia era muito barato na comparação com outras capitais e havia uma grande defasagem, que está sendo corrigida.
A pandemia potencializou este aumento, com a alta no custo das matérias-primas. “Agora, a alta é na mão de obra, o que se reflete nos preços dos imóveis em construção.
Mas a valorização está maior que a alta de custo. Quem compra, vê no bolso”, destaca Melazzo. Ele lembra que os terrenos também estão cada vez mais escassos e caros. Outro impulso veio da mudança no Plano Diretor, que reduziu o adensamento em algumas áreas na cidade, deixando os projetos mais caros em bairros mais demandados pela boa infraestrutura.
A tendência é que o metro quadrado em Goiânia continue se valorizando. O acréscimo foi de 23% em 2022, 18% em 2023 e mais 5% no primeiro trimestre deste ano. “Para quem pensa em comprar, a hora é agora, pois não deixará de fazer bom negócio. A valorização continuará acima de qualquer investimento e a tendência é de taxas de juros mais atrativas na entrega do empreendimento”, prevê o presidente da Ademi-GO.
Fonte: OPopular